segunda-feira, 16 de novembro de 2009
A VINDA DO FILHO DO HOMEM MC 13,24-32
Todo o capítulo 13 do evangelho de Marcos foi escrito em linguagem apocalíptica e aborda dois assuntos: a destruição do Templo de Jerusalém, que aconteceu em 70 d.c e a vinda do Filho do Hem. Mas antes de comentar sobre este assunto eu quero dizer que nada do que está escrito na Bíblia é para assustar ou para causar qualquer tipo de medo em nós.
Vejamos o que o apóstolo Paulo escreveu a respeito dela: As Sagradas Escrituras têm o poder para comunicar a sabedoria que produz à salvação pela fé em Jesus Cristo. Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para refutar, corrigir, para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, preparado para toda boa obra (2Tm 3,15-17).
Imaginemos uma pessoa num momento de perigo, aguardando a chegada de um helicóptero para lhe resgatar. Será que quando ela sentir a presença do helicóptero vai ficar triste?
Então, o anúncio da intervenção salvífica de Deus não é para assustar. Pelo contrário, esse anúncio é para animar, encorajar e fortalecer a esperança dos eleitos.
De uma coisa temos que está ciente: a vinda do Filho do Homem é salvação e julgamento. Salvação para os que estão lutando pelo projeto de Deus e julgamento para os que estão contra.
Uma coisa que precisamos prestar bastante atenção é que a tônica do capítulo 13 é uma admoestação à vigilância quanto ao tempo presente, o hoje da história. A palavra-chave é “vigiar”. Vigiar significa engajamento, atividade, trabalho concreto para a realização do projeto de Deus.
Se estudarmos este capítulo com bastante atenção e fé nas palavras de Jesus, não vamos dar ouvido ao que andam dizendo por aí, que já está acontecendo tudo que Jesus falou: (fome, peste, guerra, AIDS, etc.), e por isso Jesus está voltando. Vamos pedir para eles lerem com atenção o versículo 7 que diz: é preciso que tudo isso aconteça, MAS AINDA NÃO É O FIM. Isto é princípio das dores do parto.
Acho que agora podemos dar início à leitura e tirarmos o máximo proveito dela. Mas vamos fazer passo a passo.
1 E, SAINDO ele do templo, disse-lhe um dos seus discípulos: Mestre, olha que pedras, e que edifícios!
2 E, respondendo Jesus, disse-lhe: Vês estes grandes edifícios? Não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada.
3 E, assentando-se ele no Monte das Oliveiras, defronte do templo, Pedro, e Tiago, e João e André lhe perguntaram em particular:
4 Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá quando todas elas estiverem para se cumprir.
5 E Jesus, respondendo-lhes, começou a dizer: Olhai que ninguém vos engane;
6 Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.
7 E, quando ouvirdes de guerras e de rumores de guerras, não vos perturbeis; porque assim deve acontecer; mas ainda não será o fim.
8 Porque se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá terremotos em diversos lugares, e haverá fomes e tribulações. Estas coisas sào os princípios das dores.
Aqui Jeus denuncia a destruição do Templo de Jerusalém, acondecida em 70 d.c, e as batalhas que se verificaram entre os anos 66 e 70. O Templo era o símbolo da relação de Deus com o povo escolhido. Jesus salienta que o fim de uma instituição não significa o fim do mundo e nem o fim da relação entre Deus e os homens.
9 Mas olhai por vós mesmos, porque vos entregarão aos concílios e às sinagogas; e sereis açoitados, e sereis apresentados perante presidentes e reis, por amor de mim, para lhes servir de testemunho.
10 Mas importa que o evangelho seja primeiramente pregado entre todas as nações.
11 Quando, pois, vos conduzirem e vos entregarem, não estejais solícitos de antemão pelo que haveis de dizer, nem premediteis; mas, o que vos for dado naquela hora, isso falai, porque não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo.
12 E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai ao filho; e levantar-se-ão os filhos contra os pais, e os farão morrer.
13 E sereis odiados por todos por amor do meu nome; mas quem perseverar até ao fim, esse será salvo.
A relação entre Deus e os homens contia através dos discípulos, que deverão prosseguir a missão de Jesus pelo testemunho, anunciando a Boa Notícia a todas as nações. Contudo, assim como Jesus encontrou resistência, também os discípulos a encontrarão: serão perseguidos, presos, torturados, fulgados e até mesmo mortos por continuarem a ação de Jesus. Mas os discípulos não devem ficar preocupados com a própria defesa. O imprtante é a coragem de permanecer firmes até o fim.
14 Ora, quando vós virdes a abominação do assolamento, que foi predito por Daniel o profeta, estar onde não deve estar (quem lê, entenda), então os que estiverem na Judéia fujam para os montes.
15 E o que estiver sobre o telhado não desça para casa, nem entre a tomar coisa alguma de sua casa;
16 E o que estiver no campo não volte atrás, para tomar as suas vestes.
17 Mas ai das grávidas, e das que criarem naqueles dias!
18 Orai, pois, para que a vossa fuga não suceda no inverno.
19 Porque naqueles dias haverá uma aflição tal, qual nunca houve desde o princípio da criação, que Deus criou, até agora, nem jamais haverá.
20 E, se o Senhor não abreviasse aqueles dias, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos eleitosque escolheu, abreviou aqueles dias.
21 E então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo; ou: Ei-lo ali; não acrediteis.
22 Porque se levantarão falsos cristos, e falsos profetas, e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos.
23 Mas vós vede; eis que de antemão vos tenho dito tudo.
Aqui se retma o que já foi dito em 13,1-8. A "abominação da desolação" indica a profanação do Templo pelos romanos. O tempo de crise é terrível: os discípulos devem estar atentos para não desanimar e não se deixar enganar por pessoas que apresentam falsos projetos de salvação.
24 Ora, naqueles dias, depois daquela aflição, o sol se escurecerá, e a lua não dará a sua luz.
25 E as estrelas cairão do céu, e as forças que estão nos céus serão abaladas.
26 E então verão vir o Filho do homem nas nuvens, com grande poder e glória.
27 E ele enviará os seus anjos, e ajuntará os seus escolhidos, desde os quatro ventos, da extremidade da terra até a extremidade do céu.
A queda de Jerusalém manifesta e antecipa o julgamento com que Deus acompanha toda história, e que se consumará no fim dos tempos. O Filho do Homem é Jesus que, pela sua morte e ressureição, testemunhadas pelos discípulos, irá reunir todo o povo de Deus (cf. Dn 7,13-14).
28 Aprendei, pois, a parábola da figueira: Quando já o seu ramo se torna tenro, e brota folhas, bem sabeis que já está próximo o verão.
29 Assim também vós, quando virdes sucederem estas coisas, sabei que já está perto, às portas.
30 Na verdade vos digo que não passará esta geração, sem que todas estas coisas aconteçam.
31 Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão.
32 Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai.
33 Olhai, vigiai e orai; porque não sabeis quando chegará o tempo.
34 É como se um homem, partindo para fora da terra, deixasse a sua casa, e desse autoridade aos seus servos, e a cada um a sua obra, e mandasse ao porteiro que vigiasse.
35 Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã,
36 Para que, vindo de improviso, não vos ache dormindo.
37 E as coisas que vos digo, digo-as a todos: Vigiai.
Somente agora Jesus responde à pergunta dos discípulos (v.4). Mas em vez de dizer "quando" ou "como" acontecerá o fim, ele indica apenas como o discípulo deve se comportar na hitória. A tarefa do discípulo é testemunhar sem desanimar, continuando a ação de Jesus. A espera da plena manifestação de Jesus e do mundo novo Por ele prometido impede, de um lado, que o discípulo se instale na situação presente; de outro, evita que o discípulo desanime, achando que o projeto de Jesus é difícil, distante e inviável.
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Olá caro amigo.
ResponderExcluirJoão. Vi o teu blog e por isso decidi deixar um rasto por aqui. Deus te abençoe.
Um grande abraço.