segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A Parábola do Filho Pródigo LC 15, 11-32

Jesus continuou: «Um homem tinha dois filhos. 12 O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, me dá a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. 13 Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu, e partiu para um lugar distante. E aí esbanjou tudo numa vida desenfreada. 14 Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome nessa região, e ele começou a passar necessidade. 15 Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para a roça, cuidar dos porcos. 16 O rapaz queria matar a fome com a lavagem que os porcos comiam, mas nem isso lhe davam. 17 Então, caindo em si, disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome... 18 Vou me levantar, e vou encontrar meu pai, e dizer a ele: - Pai, pequei contra Deus e contra ti; 19 já não mereço que me chamem teu filho. Trata-me como um dos teus empregados’. 20 Então se levantou, e foi ao encontro do pai.

Quando ainda estava longe, o pai o avistou, e teve compaixão. Saiu correndo, o abraçou, e o cobriu de beijos. 21 Então o filho disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço que me chamem teu filho’. 22 Mas o pai disse aos empregados: ‘Depressa, tragam a melhor túnica para vestir meu filho. E coloquem um anel no seu dedo e sandálias nos pés. 23 Peguem o novilho gordo e o matem. Vamos fazer um banquete. 24 Porque este meu filho estava morto, e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado’. E começaram a festa.

25 O filho mais velho estava na roça. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. 26 Então chamou um dos criados, e perguntou o que estava acontecendo. 27 O criado respondeu: ‘É seu irmão que voltou. E seu pai, porque o recuperou são e salvo, matou o novilho gordo’. 28 Então, o irmão ficou com raiva, e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. 29 Mas ele respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua; e nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. 30 Quando chegou esse teu filho, que devorou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho gordo!’ 31 Então o pai lhe disse: ‘Filho, você está sempre comigo, e tudo o que é meu é seu. 32 Mas, era preciso festejar e nos alegrar, porque esse seu irmão estava morto, e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado’.»


COMENTÁRIO DO EVANGELHO:



Meus irmãos, quero estudar como vocês um pouco dessa passagem tão conhecida das Sagradas Escrituras.
Acho que não há parábola ou discurso de Jesus que seja tão conhecido e tão popular como esta parábola. E ela nos apresenta dois aspectos: “o processo de conversão do pecador e o problema do “justo” que resiste ao amor do Pai.”. Nela o Senhor Jesus nos ensina que uma vida de pecado e de egoísmo é a separação do amor e da comunhão com Deus. Ensina-nos também que “o pecador ou desviado é como o filho mais novo da parábola, que em busca dos prazeres do pecado, desperdiça todos os dotes que Deus lhe deu: físicos, intelectuais e espirituais”.

Os versículos 15-17 nos mostram a situação que ficou o filho mais novo da parábola. Os resultados foram desilusão e tristeza; sentiu-se perdido econômica e moralmente, e em condições pessoais degradantes. Sentiu falta também da vida verdadeira e real, que só se encontra no relacionamento correto com Deus. E é exatamente isso o que acontece com o homem afastado de Deus; com quem quer viver dissolutamente, querendo ser ele mesmo o senhor de sua vida.

Agora vejamos que lição nos dar o Senhor Jesus nos versículos 18-19! Ele nos mostra que o pecador deve fazer como o jovem da parábola. Precisa cair em si, arrepender-se de todo coração, levantar-se, dirigir-se a Deus e, de coração contrito, pedir perdão pelo pecado que cometeu. Ele não pode ficar caído, se lamentado, dizendo que foi muito fraco e que por isso está arrasado, derrotado. Fazendo assim, ele está perdendo tempo. É preciso acreditar na “grande misericórdia” de Deus para com os seus filhos, se levantar o quanto antes e se dirigir ao braços acolhedores de Deus.

Agora vejamos que os vesículos 20, 22, 23 e 24 nos mostram o grande amor que o pai da parábola teve para com o seu filho. Depois da confissão sincera que o filho fez no versículo 21 ele manda trazer a melhor roupa e vesti-lo; manda colocar o anel no dedo (sinal de pertença à família) e também calçá-lo (sinal de segurança). E faz uma grande festa para comemorar a volta do filho perdido. Esse pai É Deus, e é assim que ele age com o pecador que se arrepende. Por isso, não devemos perder tampo quando cairmos, precisamos nos levantar e correr para acertar a nossa dívida com o Pai o mais rápido possível; pois, de braços abertos ele nos espera com alegria e pronto para festejar a nossa volta.

"O filho mais velho é “justo” e perseverante, mas é incapaz de aceitar a volta do irmão e o amor do pai que o acolheu. Ele é a figura daqueles que se instalam numa instituição religiosa e que exteriormente guardam os mandamentos de Deus, mas o seu interior está longe dEle e dos seus propósitos para o seu Reino".


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